PT/BG 1.1: Difference between revisions
(Created page with "P01 <div style="float:left">''' Bhagavad-gītā Como Ele É - PT/BG 1|Capítul...") |
(Vanibot #0019: LinkReviser - Revised links and redirected them to the de facto address when redirect exists) |
||
Line 2: | Line 2: | ||
<div style="float:left">'''[[Portuguese - Bhagavad-gītā Como Ele É | Bhagavad-gītā Como Ele É]] - [[PT/BG 1|Capítulo Um: Observando os Exércitos no Campo de Batalha de Kurukshetra]]'''</div> | <div style="float:left">'''[[Portuguese - Bhagavad-gītā Como Ele É | Bhagavad-gītā Como Ele É]] - [[PT/BG 1|Capítulo Um: Observando os Exércitos no Campo de Batalha de Kurukshetra]]'''</div> | ||
<div style="float:right">[[File:Go-previous.png|link=PT/BG Introdução|Introdução]] '''[[PT/BG Introdução|Introdução]] - [[PT/BG 1.2|BG 1.2]]''' [[File:Go-next.png|link=PT/BG 1.2]]</div> | <div style="float:right">[[File:Go-previous.png|link=PT/BG Introdução|Introdução]] '''[[PT/BG Introdução|Introdução]] - [[PT/BG 1.2|BG 1.2]]''' [[File:Go-next.png|link=PT/BG 1.2]]</div> | ||
{{ | {{RandomImage|Portuguese}} | ||
==== VERSO 1 ==== | ==== VERSO 1 ==== | ||
<div class="devanagari"> | |||
:धृतराष्ट्र उवाच | |||
:धर्मक्षेत्रे कुरुक्षेत्रे समवेता युयुत्सवः । | |||
:मामकाः पाण्डवाश्चैव किमकुर्वत सञ्जय ॥१॥ | |||
</div> | |||
<div class="verse"> | <div class="verse"> | ||
Line 17: | Line 24: | ||
<div class="synonyms"> | <div class="synonyms"> | ||
dhṛtarāṣṭraḥ uvāca — o rei Dhṛtarāṣṭra disse; dharma-kṣetre — no lugar de peregrinação; kuru-kṣetre — no lugar chamado Kurukṣetra; samavetāḥ — reunidos; yuyutsavaḥ — desejando lutar; māmakāḥ — meu grupo (filhos); pāṇḍavāḥ — os filhos de Pāṇḍu; ca — e; eva — decerto; kim — que; akurvata — fizeram eles; sañjaya — ó Sañjaya.</div> | ''dhṛtarāṣṭraḥ uvāca'' — o rei Dhṛtarāṣṭra disse; ''dharma-kṣetre'' — no lugar de peregrinação; ''kuru-kṣetre'' — no lugar chamado Kurukṣetra; ''samavetāḥ'' — reunidos; ''yuyutsavaḥ'' — desejando lutar; ''māmakāḥ'' — meu grupo (filhos); ''pāṇḍavāḥ'' — os filhos de Pāṇḍu; ''ca'' — e; ''eva'' — decerto; ''kim'' — que; ''akurvata'' — fizeram eles; ''sañjaya'' — ó Sañjaya. | ||
</div> | |||
==== TRADUÇÃO ==== | ==== TRADUÇÃO ==== | ||
Line 28: | Line 36: | ||
<div class="purport"> | <div class="purport"> | ||
O Bhagavad-gītā é a ciência teísta amplamente lida, resumida no Gītā-māhātmya (Glorificação do Gītā). Lá se diz que a pessoa deve ler mui minuciosamente o Bhagavad-gītā com o auxílio de um devoto de Śrī Kṛṣṇa e tentar entendê-lo sem interpretações baseadas em motivação pessoal. O exemplo da compreensão clara é apresentado no próprio Bhagavad-gītā, através do modo como o ensinamento é entendido por Arjuna, que ouviu o Gītā diretamente do Senhor. Se alguém tiver a imensa fortuna de entender o Bhagavad-gītā nessa linha de sucessão discipular, sem interpretação motivada, então ele suplantará todos os estudos da sabedoria védica e de todas as escrituras do mundo. O leitor encontrará no Bhagavad-gītā tudo o que está contido em outras escrituras, mas ele também notará a presença de passagens não abordadas em outras partes. Este é o padrão específico do Gītā. Ele é a ciência teísta perfeita porque é falado diretamente pela Suprema Personalidade de Deus, Senhor Śrī Kṛṣṇa. | |||
Os assuntos discutidos por Dhṛtarāṣṭra e Sañjaya, conforme descritos no Mahābhārata, formam o princípio básico desta grande filosofia. Sabe-se que esta filosofia foi revelada no Campo de Batalha de Kurukṣetra, que desde os tempos imemoriais da era védica é um lugar sagrado de peregrinação. Foi falada pelo Senhor quando Ele esteve pessoalmente presente neste planeta para orientar a humanidade. | Os assuntos discutidos por Dhṛtarāṣṭra e Sañjaya, conforme descritos no Mahābhārata, formam o princípio básico desta grande filosofia. Sabe-se que esta filosofia foi revelada no Campo de Batalha de Kurukṣetra, que desde os tempos imemoriais da era védica é um lugar sagrado de peregrinação. Foi falada pelo Senhor quando Ele esteve pessoalmente presente neste planeta para orientar a humanidade. | ||
A palavra dharma-kṣetra (lugar onde são executados rituais religiosos) é significativa porque, no Campo de Batalha de Kurukṣetra, a Suprema Personalidade de Deus estava presente ao lado de Arjuna. Dhṛtarāṣṭra, o pai dos Kurus, tinha fortes dúvidas quanto à possibilidade de que seus filhos obtivessem a vitória final. Foi remoendo suas dúvidas que ele perguntou a seu secretário Sañjaya: “Que fizeram eles?” Ele estava seguro de que seus filhos e os filhos de seu irmão mais novo, Pāṇḍu, estavam reunidos naquele Campo de Kurukṣetra, para uma predeterminada ação de guerra. Ainda assim, sua pergunta é importante. Ele não quis que houvesse um acordo entre os primos e os irmãos, e queria saber ao certo o destino de seus filhos no campo de batalha. Como se designou que a batalha fosse travada em Kurukṣetra, que em outra passagem dos Vedas é mencionado como um lugar de adoração — mesmo para os habitantes do céu — Dhṛtarāṣṭra ficou muito receoso da influência que o lugar sagrado exerceria no resultado da batalha. Sabia muito bem que isto influenciaria favoravelmente Arjuna e os outros filhos de Pāṇḍu, porque, por natureza, todos eles eram virtuosos. Sañjaya era discípulo de Vyāsa, e por isso, pela misericórdia de Vyāsa, Sañjaya foi capaz de ver tudo o que se passava no Campo de Batalha de Kurukṣetra — mesmo enquanto se encontrava nos aposentos de Dhṛtarāṣṭra. E assim, Dhṛtarāṣṭra perguntou-lhe sobre a situação no campo de batalha. | A palavra dharma-kṣetra (lugar onde são executados rituais religiosos) é significativa porque, no Campo de Batalha de Kurukṣetra, a Suprema Personalidade de Deus estava presente ao lado de Arjuna. Dhṛtarāṣṭra, o pai dos Kurus, tinha fortes dúvidas quanto à possibilidade de que seus filhos obtivessem a vitória final. Foi remoendo suas dúvidas que ele perguntou a seu secretário Sañjaya: “Que fizeram eles?” Ele estava seguro de que seus filhos e os filhos de seu irmão mais novo, Pāṇḍu, estavam reunidos naquele Campo de Kurukṣetra, para uma predeterminada ação de guerra. Ainda assim, sua pergunta é importante. Ele não quis que houvesse um acordo entre os primos e os irmãos, e queria saber ao certo o destino de seus filhos no campo de batalha. Como se designou que a batalha fosse travada em Kurukṣetra, que em outra passagem dos Vedas é mencionado como um lugar de adoração — mesmo para os habitantes do céu — Dhṛtarāṣṭra ficou muito receoso da influência que o lugar sagrado exerceria no resultado da batalha. Sabia muito bem que isto influenciaria favoravelmente Arjuna e os outros filhos de Pāṇḍu, porque, por natureza, todos eles eram virtuosos. Sañjaya era discípulo de Vyāsa, e por isso, pela misericórdia de Vyāsa, Sañjaya foi capaz de ver tudo o que se passava no Campo de Batalha de Kurukṣetra — mesmo enquanto se encontrava nos aposentos de Dhṛtarāṣṭra. E assim, Dhṛtarāṣṭra perguntou-lhe sobre a situação no campo de batalha. | ||
Os Pāṇḍavas e os filhos de Dhṛtarāṣṭra pertencem à mesma família, mas nesta passagem Dhṛtarāṣṭra revela sua mentalidade. Ele fazia questão de alegar que apenas seus filhos eram Kurus, e tirou dos filhos de Pāṇḍu a herança da família. Com isto, todos podem entender a posição específica de Dhṛtarāṣṭra em sua relação com seus sobrinhos, os filhos de Pāṇḍu. Assim como no arrozal as plantas desnecessárias são arrancadas, do mesmo modo, desde o começo destes temas, espera-se que, no campo religioso de Kurukṣetra, onde o pai da religião, Śrī Kṛṣṇa, estava presente, as plantas indesejáveis tais como o filho de Dhṛtarāṣṭra, Duryodhana, e os outros, sejam exterminados e as pessoas realmente religiosas, encabeçadas por Yudhiṣṭhira, sejam estabelecidas pelo Senhor. Além de sua importância histórica e védica, as palavras dharma-kṣetre e kuru-kṣetre carregam este significado. | |||
Os Pāṇḍavas e os filhos de Dhṛtarāṣṭra pertencem à mesma família, mas nesta passagem Dhṛtarāṣṭra revela sua mentalidade. Ele fazia questão de alegar que apenas seus filhos eram Kurus, e tirou dos filhos de Pāṇḍu a herança da família. Com isto, todos podem entender a posição específica de Dhṛtarāṣṭra em sua relação com seus sobrinhos, os filhos de Pāṇḍu. Assim como no arrozal as plantas desnecessárias são arrancadas, do mesmo modo, desde o começo destes temas, espera-se que, no campo religioso de Kurukṣetra, onde o pai da religião, Śrī Kṛṣṇa, estava presente, as plantas indesejáveis tais como o filho de Dhṛtarāṣṭra, Duryodhana, e os outros, sejam exterminados e as pessoas realmente religiosas, encabeçadas por Yudhiṣṭhira, sejam estabelecidas pelo Senhor. Além de sua importância histórica e védica, as palavras dharma-kṣetre e kuru-kṣetre carregam este significado. </div> | </div> | ||
Latest revision as of 15:05, 28 June 2018
VERSO 1
- धृतराष्ट्र उवाच
- धर्मक्षेत्रे कुरुक्षेत्रे समवेता युयुत्सवः ।
- मामकाः पाण्डवाश्चैव किमकुर्वत सञ्जय ॥१॥
- dhṛtarāṣṭra uvāca
- dharma-kṣetre kuru-kṣetre
- samavetā yuyutsavaḥ
- māmakāḥ pāṇḍavāś caiva
- kim akurvata sañjaya
PALAVRA POR PALAVRA
dhṛtarāṣṭraḥ uvāca — o rei Dhṛtarāṣṭra disse; dharma-kṣetre — no lugar de peregrinação; kuru-kṣetre — no lugar chamado Kurukṣetra; samavetāḥ — reunidos; yuyutsavaḥ — desejando lutar; māmakāḥ — meu grupo (filhos); pāṇḍavāḥ — os filhos de Pāṇḍu; ca — e; eva — decerto; kim — que; akurvata — fizeram eles; sañjaya — ó Sañjaya.
TRADUÇÃO
Dhṛtarāṣṭra disse: Ó Sañjaya, após meus filhos e os filhos de Pāṇḍu se reunirem no lugar de peregrinação em Kurukṣetra desejando lutar, o que fizeram eles?
SIGNIFICADO
O Bhagavad-gītā é a ciência teísta amplamente lida, resumida no Gītā-māhātmya (Glorificação do Gītā). Lá se diz que a pessoa deve ler mui minuciosamente o Bhagavad-gītā com o auxílio de um devoto de Śrī Kṛṣṇa e tentar entendê-lo sem interpretações baseadas em motivação pessoal. O exemplo da compreensão clara é apresentado no próprio Bhagavad-gītā, através do modo como o ensinamento é entendido por Arjuna, que ouviu o Gītā diretamente do Senhor. Se alguém tiver a imensa fortuna de entender o Bhagavad-gītā nessa linha de sucessão discipular, sem interpretação motivada, então ele suplantará todos os estudos da sabedoria védica e de todas as escrituras do mundo. O leitor encontrará no Bhagavad-gītā tudo o que está contido em outras escrituras, mas ele também notará a presença de passagens não abordadas em outras partes. Este é o padrão específico do Gītā. Ele é a ciência teísta perfeita porque é falado diretamente pela Suprema Personalidade de Deus, Senhor Śrī Kṛṣṇa.
Os assuntos discutidos por Dhṛtarāṣṭra e Sañjaya, conforme descritos no Mahābhārata, formam o princípio básico desta grande filosofia. Sabe-se que esta filosofia foi revelada no Campo de Batalha de Kurukṣetra, que desde os tempos imemoriais da era védica é um lugar sagrado de peregrinação. Foi falada pelo Senhor quando Ele esteve pessoalmente presente neste planeta para orientar a humanidade.
A palavra dharma-kṣetra (lugar onde são executados rituais religiosos) é significativa porque, no Campo de Batalha de Kurukṣetra, a Suprema Personalidade de Deus estava presente ao lado de Arjuna. Dhṛtarāṣṭra, o pai dos Kurus, tinha fortes dúvidas quanto à possibilidade de que seus filhos obtivessem a vitória final. Foi remoendo suas dúvidas que ele perguntou a seu secretário Sañjaya: “Que fizeram eles?” Ele estava seguro de que seus filhos e os filhos de seu irmão mais novo, Pāṇḍu, estavam reunidos naquele Campo de Kurukṣetra, para uma predeterminada ação de guerra. Ainda assim, sua pergunta é importante. Ele não quis que houvesse um acordo entre os primos e os irmãos, e queria saber ao certo o destino de seus filhos no campo de batalha. Como se designou que a batalha fosse travada em Kurukṣetra, que em outra passagem dos Vedas é mencionado como um lugar de adoração — mesmo para os habitantes do céu — Dhṛtarāṣṭra ficou muito receoso da influência que o lugar sagrado exerceria no resultado da batalha. Sabia muito bem que isto influenciaria favoravelmente Arjuna e os outros filhos de Pāṇḍu, porque, por natureza, todos eles eram virtuosos. Sañjaya era discípulo de Vyāsa, e por isso, pela misericórdia de Vyāsa, Sañjaya foi capaz de ver tudo o que se passava no Campo de Batalha de Kurukṣetra — mesmo enquanto se encontrava nos aposentos de Dhṛtarāṣṭra. E assim, Dhṛtarāṣṭra perguntou-lhe sobre a situação no campo de batalha. Os Pāṇḍavas e os filhos de Dhṛtarāṣṭra pertencem à mesma família, mas nesta passagem Dhṛtarāṣṭra revela sua mentalidade. Ele fazia questão de alegar que apenas seus filhos eram Kurus, e tirou dos filhos de Pāṇḍu a herança da família. Com isto, todos podem entender a posição específica de Dhṛtarāṣṭra em sua relação com seus sobrinhos, os filhos de Pāṇḍu. Assim como no arrozal as plantas desnecessárias são arrancadas, do mesmo modo, desde o começo destes temas, espera-se que, no campo religioso de Kurukṣetra, onde o pai da religião, Śrī Kṛṣṇa, estava presente, as plantas indesejáveis tais como o filho de Dhṛtarāṣṭra, Duryodhana, e os outros, sejam exterminados e as pessoas realmente religiosas, encabeçadas por Yudhiṣṭhira, sejam estabelecidas pelo Senhor. Além de sua importância histórica e védica, as palavras dharma-kṣetre e kuru-kṣetre carregam este significado.