PT/BG 14.27: Difference between revisions

(Bhagavad-gita Compile Form edit)
 
(Vanibot #0019: LinkReviser - Revised links and redirected them to the de facto address when redirect exists)
 
Line 1: Line 1:
[[Category:PT/Bhagavad-gītā - Capítulo 14|B27]]
[[Category:PT/Bhagavad-gītā - Capítulo 14|P27]]
<div style="float:left">'''[[Portuguese - Bhagavad-gītā Como Ele É|Bhagavad-gītā Como Ele É]] - [[PT/BG 14| Capítulo Quatorze: Os Três Modos da Natureza Material]]'''</div>
<div style="float:left">'''[[Portuguese - Bhagavad-gītā Como Ele É|Bhagavad-gītā Como Ele É]] - [[PT/BG 14| Capítulo Quatorze: Os Três Modos da Natureza Material]]'''</div>
<div style="float:right">[[File:Go-previous.png|link=PT/BG 14.26| BG 14.26]] '''[[PT/BG 14.26|BG 14.26]] - [[PT/BG 15.1|BG 15.1]]''' [[File:Go-next.png|link=PT/BG 15.1| BG 15.1]]</div>
<div style="float:right">[[File:Go-previous.png|link=PT/BG 14.26| BG 14.26]] '''[[PT/BG 14.26|BG 14.26]] - [[PT/BG 15.1|BG 15.1]]''' [[File:Go-next.png|link=PT/BG 15.1| BG 15.1]]</div>
{{RandomImageRU}}
{{RandomImage|Portuguese}}


==== Verso 27 ====
==== Verso 27 ====


<div class="verse{{inter_diac_css}}">
<div class="devanagari">
:''brahmaṇo hi pratiṣṭhāham''
:ब्रह्मणो हि प्रतिष्ठाहममृतस्याव्ययस्य च ।
:''amṛtasyāvyayasya ca''
:शाश्वतस्य च धर्मस्य सुखस्यैकान्तिकस्य च ॥२७॥
:''śāśvatasya ca dharmasya''
</div>
:''sukhasyaikāntikasya ca''


<div class="verse">
:brahmaṇo hi pratiṣṭhāham
:amṛtasyāvyayasya ca
:śāśvatasya ca dharmasya
:sukhasyaikāntikasya ca
</div>
</div>


==== PALAVRA POR PALAVRA ====
==== PALAVRA POR PALAVRA ====


<div class="synonyms{{inter_diac_css}}">
<div class="synonyms">
brahmaṇaḥ — do brahmajyoti impessoal; hi — certamente; pratiṣṭhā — a base; aham — Eu sou; amṛtasya — do imortal; avyayasya — do imperecível; ca — também; śāśvatasya — do eterno; ca — e; dharmasya — da posição constitucional; sukhasya — de felicidade; aikāntikasya — última; ca — também.
''brahmaṇaḥ'' — do brahmajyoti impessoal; ''hi'' — certamente; ''pratiṣṭhā'' — a base; ''aham'' — Eu sou; ''amṛtasya'' — do imortal; ''avyayasya'' — do imperecível; ''ca'' — também; ''śāśvatasya'' — do eterno; ''ca'' — e; ''dharmasya'' — da posição constitucional; ''sukhasya'' — de felicidade; ''aikāntikasya'' — última; ''ca'' — também.
</div>
</div>


==== TRADUÇÃO ====
==== TRADUÇÃO ====


<div class="translation{{inter_diac_css}}">
<div class="translation">
E Eu sou a base do Brahman impessoal, que é imortal, imperecível e eterno e é a posição constitucional da felicidade última.
E Eu sou a base do Brahman impessoal, que é imortal, imperecível e eterno e é a posição constitucional da felicidade última.
</div>
</div>
Line 28: Line 32:
==== SIGNIFICADO ====
==== SIGNIFICADO ====


<div class="purport{{inter_diac_css}}">
<div class="purport">
A constituição do Brahman é a imortalidade, a perpetuidade, a eternidade e a felicidade. O Brahman é o início da realização transcendental. O Paramātmā, a Superalma, é o meio, ou a segunda etapa em realização transcendental, e a Suprema Personalidade de Deus é a compreensão última acerca da Verdade Absoluta. Por isso, tanto o Paramātmā quanto o Brahman impessoal estão incluídos na Pessoa Suprema. No Sétimo Capítulo, explicou-se que a natureza material é uma manifestação da energia inferior do Senhor Supremo. O Senhor fecunda a natureza material inferior com fragmentos da natureza superior, e este toque espiritual age na natureza material. Ao passar a cultivar o conhecimento espiritual, a entidade viva condicionada por esta natureza material deixa a posição de existência material e aos poucos eleva-se até atingir a concepção Brahman acerca do Supremo. Este fato de alcançar na vida o conceito do Brahman é a primeira etapa da auto-realização. Nesta etapa, entende-se que o Brahman é transcendental à posição material, mas não se atingiu ainda total compreensão acerca do Brahman. Se quiser, o transcendentalista poderá continuar na posição de Brahman e então subir aos poucos até a compreensão acerca do Paramātmā e depois atingir a compreensão acerca da Suprema Personalidade de Deus. A literatura védica fornece muitos desses exemplos. No começo, os quatro Kumāras tinham a concepção de que a verdade era o Brahman impessoal, mas então eles se elevaram até a plataforma do serviço devocional. Quem não consegue elevar-se além da concepção do Brahman impessoal corre o risco de cair. No Śrīmad-Bhāgavatam, declara-se que embora alguém talvez suba e passe a entender o Brahman impessoal, se ele não continuar progredindo, e não obtiver informação sobre a Pessoa Suprema, sua inteligência não é perfeitamente clara. Portanto, apesar de ter-se elevado à plataforma do Brahman, existe a possibilidade de cair, se ele não se ocupar no serviço devocional ao Senhor. Na linguagem védica também se diz que raso vai saḥ, rasaṁ hy evāyaṁ labdhvānandī bhavati: “Adquire-se verdadeira bem-aventurança transcendental ao se compreender Kṛṣṇa, a Personalidade de Deus, o reservatório de prazer”. (Taittirīya Upaniṣad 2.7.1) O Senhor Supremo é pleno de seis opulências, e quando um devoto se aproxima dEle, há um intercâmbio dessas seis opulências. O servo e o rei têm praticamente as mesmas regalias. E assim a felicidade eterna, ou felicidade imperecível, e a vida eterna, acompanham o serviço devocional. Por isso, a compreensão acerca do Brahman, ou a eternidade, ou a perpetuidade, estão incluídas no serviço devocional. Quem está ocupado no serviço devocional já possui tudo isso.
A constituição do Brahman é a imortalidade, a perpetuidade, a eternidade e a felicidade. O Brahman é o início da realização transcendental. O Paramātmā, a Superalma, é o meio, ou a segunda etapa em realização transcendental, e a Suprema Personalidade de Deus é a compreensão última acerca da Verdade Absoluta. Por isso, tanto o Paramātmā quanto o Brahman impessoal estão incluídos na Pessoa Suprema. No Sétimo Capítulo, explicou-se que a natureza material é uma manifestação da energia inferior do Senhor Supremo. O Senhor fecunda a natureza material inferior com fragmentos da natureza superior, e este toque espiritual age na natureza material. Ao passar a cultivar o conhecimento espiritual, a entidade viva condicionada por esta natureza material deixa a posição de existência material e aos poucos eleva-se até atingir a concepção Brahman acerca do Supremo. Este fato de alcançar na vida o conceito do Brahman é a primeira etapa da auto-realização. Nesta etapa, entende-se que o Brahman é transcendental à posição material, mas não se atingiu ainda total compreensão acerca do Brahman. Se quiser, o transcendentalista poderá continuar na posição de Brahman e então subir aos poucos até a compreensão acerca do Paramātmā e depois atingir a compreensão acerca da Suprema Personalidade de Deus. A literatura védica fornece muitos desses exemplos. No começo, os quatro Kumāras tinham a concepção de que a verdade era o Brahman impessoal, mas então eles se elevaram até a plataforma do serviço devocional. Quem não consegue elevar-se além da concepção do Brahman impessoal corre o risco de cair. No Śrīmad-Bhāgavatam, declara-se que embora alguém talvez suba e passe a entender o Brahman impessoal, se ele não continuar progredindo, e não obtiver informação sobre a Pessoa Suprema, sua inteligência não é perfeitamente clara. Portanto, apesar de ter-se elevado à plataforma do Brahman, existe a possibilidade de cair, se ele não se ocupar no serviço devocional ao Senhor. Na linguagem védica também se diz que raso vai saḥ, rasaṁ hy evāyaṁ labdhvānandī bhavati: “Adquire-se verdadeira bem-aventurança transcendental ao se compreender Kṛṣṇa, a Personalidade de Deus, o reservatório de prazer”. (Taittirīya Upaniṣad 2.7.1) O Senhor Supremo é pleno de seis opulências, e quando um devoto se aproxima dEle, há um intercâmbio dessas seis opulências. O servo e o rei têm praticamente as mesmas regalias. E assim a felicidade eterna, ou felicidade imperecível, e a vida eterna, acompanham o serviço devocional. Por isso, a compreensão acerca do Brahman, ou a eternidade, ou a perpetuidade, estão incluídas no serviço devocional. Quem está ocupado no serviço devocional já possui tudo isso.



Latest revision as of 15:38, 28 June 2018

Õ Sua Divina Graca A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada


Verso 27

ब्रह्मणो हि प्रतिष्ठाहममृतस्याव्ययस्य च ।
शाश्वतस्य च धर्मस्य सुखस्यैकान्तिकस्य च ॥२७॥
brahmaṇo hi pratiṣṭhāham
amṛtasyāvyayasya ca
śāśvatasya ca dharmasya
sukhasyaikāntikasya ca

PALAVRA POR PALAVRA

brahmaṇaḥ — do brahmajyoti impessoal; hi — certamente; pratiṣṭhā — a base; aham — Eu sou; amṛtasya — do imortal; avyayasya — do imperecível; ca — também; śāśvatasya — do eterno; ca — e; dharmasya — da posição constitucional; sukhasya — de felicidade; aikāntikasya — última; ca — também.

TRADUÇÃO

E Eu sou a base do Brahman impessoal, que é imortal, imperecível e eterno e é a posição constitucional da felicidade última.

SIGNIFICADO

A constituição do Brahman é a imortalidade, a perpetuidade, a eternidade e a felicidade. O Brahman é o início da realização transcendental. O Paramātmā, a Superalma, é o meio, ou a segunda etapa em realização transcendental, e a Suprema Personalidade de Deus é a compreensão última acerca da Verdade Absoluta. Por isso, tanto o Paramātmā quanto o Brahman impessoal estão incluídos na Pessoa Suprema. No Sétimo Capítulo, explicou-se que a natureza material é uma manifestação da energia inferior do Senhor Supremo. O Senhor fecunda a natureza material inferior com fragmentos da natureza superior, e este toque espiritual age na natureza material. Ao passar a cultivar o conhecimento espiritual, a entidade viva condicionada por esta natureza material deixa a posição de existência material e aos poucos eleva-se até atingir a concepção Brahman acerca do Supremo. Este fato de alcançar na vida o conceito do Brahman é a primeira etapa da auto-realização. Nesta etapa, entende-se que o Brahman é transcendental à posição material, mas não se atingiu ainda total compreensão acerca do Brahman. Se quiser, o transcendentalista poderá continuar na posição de Brahman e então subir aos poucos até a compreensão acerca do Paramātmā e depois atingir a compreensão acerca da Suprema Personalidade de Deus. A literatura védica fornece muitos desses exemplos. No começo, os quatro Kumāras tinham a concepção de que a verdade era o Brahman impessoal, mas então eles se elevaram até a plataforma do serviço devocional. Quem não consegue elevar-se além da concepção do Brahman impessoal corre o risco de cair. No Śrīmad-Bhāgavatam, declara-se que embora alguém talvez suba e passe a entender o Brahman impessoal, se ele não continuar progredindo, e não obtiver informação sobre a Pessoa Suprema, sua inteligência não é perfeitamente clara. Portanto, apesar de ter-se elevado à plataforma do Brahman, existe a possibilidade de cair, se ele não se ocupar no serviço devocional ao Senhor. Na linguagem védica também se diz que raso vai saḥ, rasaṁ hy evāyaṁ labdhvānandī bhavati: “Adquire-se verdadeira bem-aventurança transcendental ao se compreender Kṛṣṇa, a Personalidade de Deus, o reservatório de prazer”. (Taittirīya Upaniṣad 2.7.1) O Senhor Supremo é pleno de seis opulências, e quando um devoto se aproxima dEle, há um intercâmbio dessas seis opulências. O servo e o rei têm praticamente as mesmas regalias. E assim a felicidade eterna, ou felicidade imperecível, e a vida eterna, acompanham o serviço devocional. Por isso, a compreensão acerca do Brahman, ou a eternidade, ou a perpetuidade, estão incluídas no serviço devocional. Quem está ocupado no serviço devocional já possui tudo isso.

O ser vivo, embora seja Brahman por natureza, tem o desejo de assenhorear-se do mundo material, e devido a isso acaba caindo. Em sua posição constitucional, ele está acima dos três modos da natureza material, mas a associação com a natureza material o enreda nestes diferentes modos — bondade, paixão e ignorância. Devido à sua associação com estes três modos, ele desenvolve o desejo de dominar o mundo material. Ao ocupar-se no serviço devocional em plena consciência de Kṛṣṇa, ele imediatamente se situa na posição transcendental, e seu desejo ilícito de controlar a natureza material é removido. Portanto, o processo de serviço devocional, que começa com ouvir, cantar, lembrar — os nove métodos prescritos para a realização do serviço devocional — deve ser praticado na associação dos devotos. Aos poucos, através dessa associação e da influência do mestre espiritual, o devoto deixa de querer assenhorear-se do mundo material e se situa firmemente no serviço transcendental amoroso ao Senhor. Este método é prescrito desde o vigésimo segundo até o último verso deste capítulo. O serviço devocional ao Senhor é muito simples: o devoto deve sempre se ocupar a serviço do Senhor, deve comer os restos de alimento oferecido à Deidade, cheirar as flores oferecidas aos pés de lótus do Senhor, visitar os lugares onde o Senhor realizou Seus passatempos transcendentais, ler sobre as diferentes atividades do Senhor e Sua reciprocidade amorosa com Seus devotos, cantar sempre a vibração transcendental — Hare Kṛṣṇa, Hare Kṛṣṇa, Kṛṣṇa Kṛṣṇa, Hare Hare/ Hare Rāma, Hare Rāma, Rāma Rāma, Hare Hare — e observar os dias de jejum que comemoram os aparecimentos e desaparecimentos do Senhor e de Seus devotos. Seguindo esse processo, ele se desapega por completo de todas as atividades materiais. Quem pode situar-se nesse brahmajyoti ou nas diferentes variedades da concepção acerca do Brahman tem as mesmas qualidades da Suprema Personalidade de Deus.

Neste ponto encerram-se os significados Bhaktivedanta do Décimo Quarto Capítulo do Śrīmad Bhagavad-gītā que trata dos Três Modos da Natureza Material.